terça-feira, 5 de junho de 2018

Catequese bíblico-marxista

Várias igrejas católicas em todo o Brasil recebem semanalmente o folheto "Deus Conosco", da editora Santuário, com o roteiro da missa. No final de cada folheto há um texto, de aproximadamente meia página, que não faz parte da missa: é (em regra) um comentário relativo aos textos bíblicos utilizados durante a celebração ("Catequese Bíblico-Missionária").

O texto final do folheto de 03 de junho de 2018 chama a atenção pelo palavreado nitidamente marxista: "explorar o trabalho", "instrumento de opressão", "instrumento de dominação", "opressões", "oprime", "oprimido", "grito dos oprimidos", "lei (...) opressiva". Em um texto de apenas quatro parágrafos, os autores utilizam a palavra liberdade ou suas derivações (libertação, libertar, libertadora) nada menos que 10 (dez) vezes, cacoete típico de adeptos da chamada Teologia da Libertação.

De fato, foi possível verificar que o primeiro autor, Francisco Orofino, é um conhecido militante da Teologia da Libertação. Selecionamos alguns excertos de seus pensamentos:

...o povo avança e descobre que a Palavra de Deus não se encontra apenas na Bíblia, mas também, e principalmente, na vida. Não “vida” num sentido abstrato, mas nas situações concretas de qualquer ser vivo. A Bíblia apenas ajuda para descobrirmos que Deus nos fala através de qualquer fato ou acontecimento.
(...)
Agora, a Bíblia não pertence mais ao clero porque os fieis leigos têm a possibilidade de ler a fonte primeira da revelação de Deus, como ensina a Dei Verbum! Ou seja, a Bíblia deixou de ser o livro do clero. Com isso, o clero perdeu o monopólio da reflexão teológica. Por isso, eu acredito que a próxima etapa da Teologia da Libertação será feita por leigos, dando respostas mais localizadas para suas comunidades, em suas lutas e desafios.
(Fonte: http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/4683-francisco-orofino-3)

Também:

O lugar social de onde se faz a interpretação é a partir dos pobres, dos excluídos e dos marginalizados. Isto modifica o olhar. Muitas vezes, por falta de uma consciência social mais crítica, o intérprete é vítima de preconceitos ideológicos e, sem se dar conta, usa a Bíblia para legitimar o sistema de opressão que desumaniza

Leitura ecumênica é interpretar a Bíblia em defesa da vida e não em defesa das nossas instituições e confissões. Na atual situação em que vivem os povos da América Latina, uma leitura em defesa da vida, necessariamente, deve ser libertadora. Por isso mesmo, ela é conflitiva. Tornou-se sinal de contradição. Por ser ecumênica e libertadora, extrapolou as fronteiras das instituições e agora é lida a partir dos diferentes grupos marginalizados: negros, índios, mulheres, homossexuais. O critério básico não é mais a igreja, mas sim a vida, lida através dos olhos da raça, do gênero, da cultura, da classe.   
(Fontes: https://cebi.org.br/2007/10/14/sobre-leitura-popular-da-biblia-parte-ii/ e www.iserassessoria.org.br/novo/arqsupload/147.DOC)

Ou seja, os fiéis frequentadores da missa são expostos à Teologia da Libertação sem nem perceberem...